Democratizar o conhecimento para concursos públicos é a meta da iniciativa apoiada pela ASDPESP desde 2016
Nesta segunda-feira (13/06), ocorreu na sede da ASDPESP a entrevista oficial, para indicação do Curso Popular de Formação de Defensoras e Defensores Públicos ao Prêmio Innovare 2022.
Um dos idealizadores, coordenador e professor do projeto, o defensor público Giancarlo Silkunas Vay, concedeu entrevista para o Instituto Data-Folha e falou sobre a história do curso, seus objetivos e o alcance das aulas que tem atingido não apenas o público de São Paulo, mas de todo o país. “É uma obra coletiva participação tanto dos professores, quanto dos membros da associação e dos próprios alunos. Divulgar o conhecimento é o nosso ponto principal”, resume o defensor sobre o projeto.
As aulas são presenciais para o grupo de alunas/os selecionadas/os e ocorrem na sede da ASDPESP e também gravadas para livre acesso no Youtube. A plataforma já passou de um milhão de visualizações e tem mais de 22 mil inscritos.
Segundo Silkunas, a democratização do conhecimento e de um material crítico foi a principal motivação dele e dos demais idealizadores do curso: o também defensor público Rafael Moreno e o juiz de Direito Thiago Pagliuca. “As pesquisas nos mostram que a maioria das/os candidatas/os aprovadas/os nos concursos seguem o mesmo padrão: são provenientes das classes sociais mais altas da sociedade, são brancas/os, não são portadoras/es de deficiências e não precisaram passar por dificuldades tão acentuadas no período dos seus estudos, tiveram a possibilidade em alguns casos de estudo em dedicação exclusiva”, afirmou.
“Fazer com que os usuários da Defensoria Pública também se vissem representados nos defensores e defensoras públicos foi outra de nossas inspirações, pois apesar do concurso avaliar apenas o conhecimento percebemos nas pesquisas que na prática que a seleção dos candidatos acaba privilegiando a classe social mais favorecida de uma sociedade”, completou, definindo o curso como uma proposta que vai contra a corrente, oferecendo oportunidades e a emancipação das pessoas envolvidas.
Ainda de acordo com o professor, a principal dificuldade enfrentada é a evasão. Cerca de 50% dos alunos acabam deixando de frequentar as aulas presenciais ao longo do curso por conta da necessidade de maior dedicação ao trabalho ou ao cuidado com o lar, falta de recursos financeiros para ir e vir e até mesmo pela violência doméstica.
Colhendo os frutos
Segunda-feira também foi dia de prestigiar e comemorar pela aluna Rachel Phanuelly Marinho e Silva, recém aprovada no concurso para defensoras/es públicas/os do Estado do Amazonas.
Rachel aguarda ansiosa a nomeação para iniciar na carreira almejada e conquistada depois de tanto esforço e dedicação.
Parabéns à aluna, professoras/es e todas/os as/os envolvidas/os no projeto.
O prêmio
Existente há 19 anos, o Prêmio Innovare tem por objetivo o reconhecimento e disseminação de práticas transformadoras que se desenvolvem no interior do Sistema de Justiça do Brasil. “O Innovare busca identificar ações concretas que signifiquem mudanças relevantes em antigas e consolidadas rotinas e que possam servir de exemplos a serem implantados em outros locais”, define a página da premiação na Internet.
Na edição de 2022 as sete categorias avaliadas terão tema livre: Tribunal, CNJ/Inovação e acesso à Justiça, Juiz, Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia e Justiça e Cidadania.
Estamos na torcida pelo Curso Popular de Formação de Defensoras e Defensores Públicos!